O samba “Ando na orgia” é uma composição de Bide e Marçal e foi gravada Carlos Galhardo.
Essa transcrição foi feita da gravação do compacto 78rpm lançado em 1938 pela RCA Victor e relançado em 2017 numa coletânea com o nome MOMENTOS BRASILEIROS: ARMANDO MARÇAL E BIDE (1933 a 1939) com gravações de vários intérpretes durante a década de 30, de músicas da dupla.
Bide, como era conhecido Alcebíades Maia Barcelos, foi um dos maiores nomes do samba e é considerado por muitos, um de seus criadores. Bide, assim como Ismael Silva, foi um dos primeiros sambistas a darem um suingue diferente ao samba, afastando-o do maxixe e tornando-o mais próximo do que conhecemos hoje.
Oriundo do choro e, portanto, tocado em sua grande maioria lá no início dos tempos, por músicos chorões, o samba começou a ganhar uma forma única, própria, a partir dos anos 30, tendo Bide e Marçal como alguns dos principais idealizadores desse novo formato rítmico para o samba.
Bide, ao lado de Ismael Silva, Heitor dos Prazeres e outros, foi um dos fundadores da primeira escola de samba da história, a Deixa Falar.
Marçal, como era conhecido Armando Vieira Marçal, fez dupla histórica com Bide, citado acima, e foi um dos precursores do samba como conhecemos hoje.
O primeiro sucesso da dupla do o samba “Agora é cinza” e desde então, emplacaram vários sucessos como “Ando na orgia”, “Que bate fundo é esse”, “Quanto eu sinto”, “Meu sofrimento”, “Vivo deste amor”, “Durmo sonhando” e “Ama-se uma vez”, “Nunca mais”.
Alguns nomes que gravaram as composições de Bide e Marçal (sejam, as composições da dupla, ou composições com outros parceiros) foram Mário Reis, Francisco Alves, Carmen Miranda, Carlos Galhardo, Orlando Silva.
Carlos Galhardo foi um cantor que fez muito sucesso gravando sambas no Brasil nas décadas de 30 até o final dos anos 70.
Galhardo era alfaiate, profissão que aprendeu com seu tio-avô ainda na infância. Quando Getúlio Vargas se elegeu, Galhardo foi quem tirou as medidas do então presidente eleito, para um jaquetão fabricado pela alfaiataria aonde trabalhava na época.
Tinha o apelido de “Rei do Disco” e também o de “Rei da Valsa”, este último dado por Blota Jr.
Alguns sucessos da discografia de Carlos Galhardo foram “Rapaziada do Brás” (Alberto Marino) em 1960, “Rosa de maio” (Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy) em 1944, “Salão grená” (Paulo Barbosa e Francisco Célio) de 1939, “Saudades de Matão” (Jorge Galati e Raul Torres) de 1941, “Sei que é covardia, mas…” (Ataulfo Alves e Claudionor Cruz) de 1938, “Será?” (Mário Lago) de 1945, “Vela branca sobre o mar” (José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago) de 1937.
A interpretação é de Carlos Galhardo!
Dicas para você que vai tocar essa música:
- Essa levada é a de samba-choro;
- Samba-choro era a levada do samba nos discos da década de 30 e 40, anteriores a influência de Ismael Silva, Bide e Marçal e outros;
- Pode ser tocada com a levada de samba de terreiro ou até, com a levada de partido alto no estilo Paulinho da Viola;
- O tom deste arranjo na voz de Carlos Galhardo é o de B (Si Maior);
- É um tom menos comum, mas é só pensar em Dó Maior e tocar tudo meio tom abaixo! 😉
- Para os solistas é preciso um pouco mais de atenção aos sustenidos da escala.
Esta cifra de choro-samba para cavaco é uma transcrição do compacto 78rpm lançado em 1938 pela Victor | 34.277-a e relançado em 2017 numa coletânea com o nome MOMENTOS BRASILEIROS: ARMANDO MARÇAL E BIDE (1933 a 1939) com gravações de vários intérpretes durante a década de 30, de músicas da dupla..
Também é uma cifra de samba para ser tocada no violão de 6 ou violão de 7 cordas, ou no bandolim e pode ser tocada em qualquer instrumento de acompanhamento como contrabaixo, piano, viola, banjo e outros…
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